![]() |
Calvin & Hobbes |
GLOSSOPOESE! A charge acima ilustra de forma jocosa o que esta envolve, um termo técnico que designa em português o que tem sido mais comumente chamado de CONLANGING, uma palavra inglesa que significa construção de línguas (conlang - constructed language). A versão no vernáculo deriva do grego glôssa, língua, e poíesis, portanto, "criação de línguas". O original deste termo foi cunhado pelo famoso J.R.R. Tolkien, que, aliás, é bem conhecido por sua obra O Senhor dos Anéis, repleta de idiomas artificiais.

Infelizmente, muitos têm a tendência desorientada de associar glossopoese sempre com produção de línguas auxiliares internacionais - idiomas artificiais criados para a comunicação global assim como o conhecido Esperanto do post anterior e outros não tão famosos como o Volapuque. No entanto, muitas centenas de glossopoetas criam sua línguas pelos mais diversos motivos e objetivos.
A propósito, se estiver se perguntando o que é o desenho na capa, trata-se do quadro "De Torne vun Babel" do artista maranhense Maurício Evangelista Torres, uma representação da torre zigurate de Babel do texto bíblico de Gênesis 11:1-9, que se tornou um símbolo para os criadores de línguas, por causa do relato sobre a instantânea proliferação dos idiomas humanos, o que por sinal, bem representa o movimento.
Se você estuda linguística, deseja saber como nascem as línguas, como são classificadas, as relações entre elas, como se constroem idiomas artificiais, com que objetivos, se deseja entender a presença constante da glossopoese no cinema e na literatura, ou simplesmente ama línguas e lê tudo sobre elas, esse será um ótimo objeto de estudo, um livro que é ao mesmo tempo técnico, atraente e acessível. Diferentemente de seus precursores, não trata apenas dos movimentos interlinguísticos ou de um relatório meramente histórico, mas guia de forma científica os interessados em seguir o movimento ou satisfaz a curiosidade daqueles que buscam compreendê-lo e dele saber algo.